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/ Avaliação detalhada da implementação
da ação / Objetivo especifico 2
/ Resultado 2.1 / Atividade 2.1.3
1. Atividades
Esta atividade pretende aprimorar os dispositivos de fiscalização da madeira, com o propósito de reduzir a concorrência da madeira clandestina, de mais fácil acesso e mais barata. O projeto realizou as seguintes atividades. § Identificação dos extratores e áreas de exploração ilegal Nos três pólos, o projeto identificou as áreas e categorias de atores de extração ilegal, sempre diferenciando: o os pequenos extratores clandestinos das comunidades ou das sedes municipais que vivem dessa atividade e querem se legalizar. De forma geral, eles abastecem os mercados locais da construção civil (venda a particulares ou entrepostos) e as movelarias o as redes “mafiosas” de exploração ilegal, envolvendo pessoas que procuram contornar a lei para abastecer cadeias externas em madeira de floresta não manejada, aveces em volumes sigificativos. Vimos acima como o projeto consiguiu envolver parte dos extratores não legalizados num processo de dialogo com o poder público (exemplos da ASSEF e da ASPEX no Alto Solimões). § Avaliação dos dispositivos de fiscalização nos pólos A intenção inical era conduzir, junto com o IPAAM e o IBAMA e as Secretarias Municipais do Meio Ambiente uma avaliação dos dispositivos de fiscalização implementados nos três pólos, para poder tirar ensinos e formular recomendações para aprimorar a política de fiscalização. Previa-se confiar a coordenação da equipe ao responsavel da fiscalização da RDS Mamirauá (parceiro), quem desenvolveu na área focal da RDS um dispositivo efetivo que combina a participação das comunidades, agentes ambientais, o IBAMA e a Policia Militar. O presidente do IPAAM e o superintendente do IBAMA manifestaram interesse para realizar a avaliacão. Porém, os processos de restruturação institucional do IPAAM[1] e do IBAMA[2] em 2007 impediram que isso aconteça em 2007. No ano 2008, após a Conferência de Bali, a pressão para a fiscalização aumentava a medida das negociações conduzidas por Brasilia e o governo do Amazonas para captar recursos internacionais destinados à manutenção da floresta[3]. No segundo semestre, o processo de eleções municipais não permitirá avançar mais do que a caracterização dos dispositivos locais de fiscalização realizada pelas UPMM no início do ano. § Orientação para uma fiscalização que não penalize os esforços de legalização No entanto, em março de 2008, o projeto consiguiu provocar uma reunião interinstitucional junto com o IBAMA, IPAAM, SEAFE, ADS, e MPE para (inicialmente) organizar o trabalho de avaliação dos dispositivos de fiscalização nos três pólos e constituir a equipe de avaliação.
Controle
e fiscalização no Amazonas
: orientações propostas para a equipe de avaliação
Formular subsídios para dentro e fora de Unidades de Conservação O controle / fiscalização dentro das UCE representa uma prioridade para o Estado, considerando o caráter estratégico das unidades de conservação na captação de recursos dentro dos programas de mudanças climáticas. O CEUC está desenvolvendo propostas para as UCE do Estado, combinando a formação e supervisão de Agentes Ambientais, a instalação de bases flutuantes de fiscalização, coordenações institucionais com o IPAAM e parcerias com institutos de monitoramento por imagens satélites. - A equipe de avaliação enriquecerá as propostas do CEUC com base na experiência desenvolvida pelo IDSM na RDS Mamiraua. O controle / fiscalização fora de UCE representa outro desafio para o Estado, por meio do IPAAM. O IPAAM está implementando uma série de passos importantes nesse sentido: modernização do sistema de gestão ambiental por meio do SIGAM, desenvolvimento de um sistema DOF Amazonas, contratação e formação de fiscais, elaboração de ferramentas de apoio a vistorias, convenios com entidades para desconcentrar ou descentralizar os processos de licenciamento. - A avaliação dos dispositivos de fiscalização nas três regiões citadas deverá desembocar na formulação de diretrizes para áreas fora de UC. Casar fomento e controle / fiscalização na fase de transição “Quem mais faz esforço para entrar na legalidade mais é controlado e fiscalizado”. “Quem desmata ilegalmente para criar gado corre menos riscos do que quem explora madeira legalmente”. “Muitas vezes o cidadão desconhece as regras e os riscos que ele encorre”. - Essas constatações são conhecidas e merecem serem consideradas no momento de pensar um dispositivo de controle / fiscalização. O Estado do Amazonas está numa fase de transição que merece uma combinação inteligente das ações de fomento e controle / fiscalização. Por exemplo, recentemente o projeto Floresta Viva está desenvolvendo junto com o IDAM e IPAAM uma ferramenta de vistoria dos PM com o intuito de formular recomendações, ações coretivas e sanções (ou seja não somente sanções). - Espera-se que a equipe formule recomendações de órdem informativo, normativo e estratégico que apontam a combinar de forma positiva fomento e controle / fiscalização. Associar vários níveis institucionais nos dispositivos de controle / fiscalização Dentro do processo de descentralização da gestão ambiental das florestas, os órgãos do SISNAMA compartilham responsabilidades relativas a controle / fiscalização. O IBAMA, o IPAAM e as Secretaria Municipais do Meio Ambiente – SEMMA assumem responsabilidades que às vezes se sobrepõem. A isso agregam-se outras instituições repressivas como a Policia Militar, a Policia Federal, e até o Exército. - A equipe de avaliação incorporará nas propostas a serem desenvolvidas, diretrizes sobre as formas como esses diferentes níveis poderiam se complementar de forma eficiente. Associar o Ministério Público na fase de transição É comúm observar nos municípios do interior situações onde os atores do setor madeireiro tem dificuldade em “dar o passo” da ilegalidade ambiental (pouco controlada) para a legalidade ambiental (com maior visibilidade e controle). Dois fatores em particular dificultam essa transição : (1) a falta de planejamento conjunto dos órgãos públicos de fomento e controle / fiscalização, (2) a dificuldade para os órgãos públicos de reconhecer e discutir com atores em situação ilegal. Consideramos que o Ministério Público tem uma função de controle da aplicação da lei e de educação, e que tem toda legitimidade em apoiar processos sociais e institucionais que apontam a um funcionamento e respeito das normas legais. - A equipe estudará a possibilidade de associar o Ministério Público na consolidação e monitoramento de acordos locais de transição para legalidade. Integrar o desafio da descentralização do licenciamento ambiental no dispositivo do controle / fiscalização Um desafio maior do Estado é conseguir “dar acesso à legalidade da exploração florestal” aos extratores tradicionais do interior, um gargalo principal sendo a centralização do órgão licenciador em Manaus frente às distancias no Estado do Amazonas. O IPAAM iniciou uma reflexão e estudos preliminares sobre mecanismos de desconcentração, gestão compartilhada ou descentralização dos processos de licenciamento ambiental. Duas vias em particular são exploradas: a delegação ao IDAM das vistorias prévias de PM, e acordos com as Secretarias Municipais do Meio Ambiente – SEMMA. - A equipe integrará essas evoluções de desconcentração / descentralização (vários cenários) no momento de refletir sobre os dispositivos de controle / fiscalização. A reunião não gerou as condições da avaliação pensada. Porém, foi destacada pelos participantes a importância de criar as condições da legalização das cadeias produtivas curtas, envolvendo os detentores de PMFSPE, as movelarias e marcinarias, pequenas serrarias para construção civil. Isso com certeza influiu sobre as decisões futuras do IPAAM e da SEAFE, que desenvolverão ações específicas para planejar e implementar a legalização daquelas cadeias curtas. § Um Roteiro de Vistoria dos PMFSPE – ROVISTA As vistorias pré- e pós- exploração fazem parte integra dos processos de fiscalização. As observações de campo nos pólos indicavam o quanto as condições de realização daquelas vistorias podiam constituir um freio à difusão do manejo florestal em pequena escala, por várias razões: pelas demoras em serem realizadas, pela arbitrariedade de certos fiscais, pelas decisões às vezes contraprodutivas tomadas pelos fiscais. Em maio de 2007, o projeto iniciou junto com o IPAAM e o IDAM um processo de elaboração de um roteiro de vistoria dos PMFSPE - ROVISTA, destinado aos fiscais do IPAAM. O ROVISTA visa quatro objetivos: o aprimorar a qualidade das vistorias (para garantir um controle efetivo do respeito das normas), o padronizar as modalidades de vistoria (para evitar arbitrariedade), o agilizar o processamento dos dados por meio de um pequeno programa Excel (para poupar tempo). o utilizar as vistorias como um mecanismo incitativo de apoio à aprendizagem coletiva do manejo florestal (dirigindo as notificações às pessoas idôneas, incitando os responsáveis a corrigir os erros identificados) O roteiro e a ferramenta de processamento foram elaborados pela equipe do projeto com base no conceito do “Manual de Vistoria de Campo para Planos de Manejo Florestal Madeireiro na Amazônia” elaborado pelo PROMANEJO / IBAMA em 2006, fazendo adaptações às realidades dos PMFSPE no Amazonas. A ferramenta foi testada pela equipe do projeto em 22 planos de manejo nos três pólos de atuação. Os últimos testes foram realizados junto com funcionários do IPAAM, do IDAM, em paralelo ao processo de revisão da IN sobre MFSPE. Os estagiários (técnicos florestais da EAFM) também participaram do teste do roteiro. Os últimos ajustes ao roteiro foram realizados no final do ano 2007.
Uma definição interinstitucional das regras e modalidades de controle do MFSPE As divergências de interpretação da IN sobre MFSPE entre a AFLORAM e o IPAAM geraram muitas tensões e bloqueios inúteis no ano 2006. Para superar esse problema, o projeto Floresta Viva promoveu a participação dos órgãos normativo (SEAFE), fiscalizador (IPAAM) e de fomento (IDAM), no processo de definição das regras e normas a serem respeitadas, assim como na definição das modalidades de controle do respeito das regras e normas. A elaboração do roteiro de vistoria dos PMFSPE – ROVISTA complementa o processo de revisão da Instrução Normativa sobre PMFSPE e da implantação do SIGAM. O ROVISTA foi apresentado e entregue ao IPAAM em 2008, com uma boa aceitação e interesse por parte dos responsáveis do controle ambiental. No entanto, a demora na contratação efetiva dos novos fiscais concursados[4] não permitiu que o projeto realize o treinamento inicialmente planejado.
2. Modificações
Considerando a dificuldade do poder público em criar as condições do acesso à legalidade ambiental, o desafio maior consiste em criar dispositivos de fiscalização eficientes capazes de sancionar o não respeito deliberado das regras ambientais, e no mesmo tempo não penalizar aqueles que fazem esforços para legalizar as suas atividades e integrar as cadeias da madeira de floresta manejada. O projeto contribuiu em desenvolver junto com o IPAAM reflexões e ferramentas que apontem a criar as condições da legalização das cadeias produtivas curtas envolvendo os detentores de PMFSPE. 3. Resultados
Os principais resultados da atividade são: § A identificação e envolvimento dos pequenos extratores (ainda) não legalizados, num diálogo organizado com o poder público nos três pólos (com mais ou menos abrangência); § a sensibilização do IPAAM na necessidade de viabilizar as cadeias produtivas curtas de abastecimento das demandas em madeira dos municípios do interior; § A sensibilização do IPAAM e da SDS sobre a necessidade de prever mecanismos específicos de informação e apoio à legalização ambiental ... antes de fiscalizar. § a entrega ao IPAAM de um Roteiro de Vistoria dos PMFSPE – ROVISTA testado e funcional, que deveria agilizar as vistorias dos PMFSPE. 4. Produtos
e fontes de verificação
Reflexão sobre fiscalização
1. Dispositivos de Fiscalização da madeira ilegal no Alto Solimões, Costa dos Santos Edilson, Projeto Floresta Viva / GRET, Abril de 2007, 4 p., 121 Ko. 2. Dispositivos de Fiscalização da madeira ilegal em Boa Vista do Ramos e Maués, Biazatti Marcus Alexandre, Projeto Floresta Viva / GRET, Abril de 2007, 4 p., 109 Ko. 3. Possíveis pontos de fiscalização da madeira ilegal no Município de Carauari, Maria das Chagas Pessoa Antonio, Magalhães Antonio Carlos, Projeto Floresta Viva / GRET, Abril de 2007, 5 p., 161 Ko. 4. O sistema de fiscalização e controle nas Reservas Mamirauá e Amanã, Paulo Roberto e Souza, IDSM / Floresta Viva, abril de 2008, 13 p., 162 Ko. 5. Para uma estratégia integrada de fomento do manejo florestal e controle / fiscalização do setor florestal madeireiro no Amazonas, Nogueira da Silva Laerte, Kibler Jean-François, Projeto Floresta Viva / GRET, Nota de preparação da reunião interinstitucional do 19 de março de 2008, 6 p., 160 Ko. ROVISTA 6. Roteiro de vistoria e análise pré e pós colheita de PMFSPE no Amazonas (ROVISTA), Perroud Catherine, PFV / GRET, Marzo de 2008, 42 p., 466 Ko. 7. Lista de verificadores para vistoria pós-exploratória, Projeto Floresta Viva / GRET, Versão 8.0, Outubro de 2008, arquivo excel, 41 Ko. 8. Lista de verificadores para vistoria pre-exploratória, Projeto Floresta Viva / GRET, Versão 8.0, Outubro de 2008, arquivo excel, 38 Ko. 9. Formulário para vistoria pós-exploratória, Projeto Floresta Viva / GRET, Versão 8.0, Outubro de 2008, arquivo excel, 79 Ko. 10. Formulário para vistoria pre-exploratória, Projeto Floresta Viva / GRET, Versão 8.0, Outubro de 2008, arquivo excel, 75 Ko. 11. Programa para plotagem de dados e elaboração de relatório de vistoria pós-exploratória, PFV / GRET, Versão 8.0, Outubro 2008, arquivo excel, 443 Ko. 12. Programa para plotagem de dados e elaboração de relatório de vistoria pre-exploratória, PFV / GRET, Versão 8.0, Outubro 2008, arquivo excel, 480 Ko. 13. Balance do Roteiro de vistoria e análise pré e pós colheita de PMFSPE no Amazonas – ROVISTA, Perroud Catherine, Projeto Floresta Viva / GRET, Outubro de 2008, 2 p., 71 Ko. Nota: A maioria destes produtos foi disponibilizada no Portal da Madeira Manejada http://www.florestavivaamazonas.org.br Veja fotos desta atividade, clicando aqui.
[1] Leis delegadas de maio de 2007, nomeação do novo presidente em agosto de 2007 [2] Criação do Instituto Chico Mendez [3] Conferências de Bali e de Poznan, criação da Fundação Amazonas Sustentável, criação do Fundo Amazôna. [4] Inicialmente anunciada para abril de 2008, a contratação efetiva dos novos fiscais só aconteceu (parcialmente) em novembro de 2008. |