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Atividade 2.2.2
Aprimorar a coordenação das entidades públicas
ao nível de pólos de desenvolvimento do manejo florestal

 

    1.     Atividades

    A coordenação e planejamento integrado das instituições públicas a nível dos pólos é uma necessidade para se adequar às realidades locais dos atores econômicos das cadeias produtivas da floresta. Isso se tornou muito complicado por vários motivos. Existem vários níveis de governança pública sobre o manejo florestal com atribuições ainda não consolidadas: federal (IBAMA, INCRA...), estadual (SDS, IPAAM, ITEAM, IDAM, ADS...) e municipal (secretarias municipais do meio ambiente ou da produção...). Além disso, outros atores institucionais implementam projetos locais ligados ao setor (SEBRAE, SUFRAMA, CDH, PRODERAM...). Em ambos casos, os representantes locais das instituições estaduais e federais não têm poder de decisão e precisam de uma determinação e de uma validação a nível central. As instituições descentralizadas têm ainda poucas atribuições realmente descentralizadas. As classes do setor florestal madeireiro são fracas e pouco estruturadas para ser força de proposição.

    O projeto Floresta Viva experimentou vários mecanismos de coordenação inter-institucional a partir dos pólos (por meio das UPMM), sem sucesso. No entanto, as articulações institucionais a nível central (equipe central em Manaus) contribuiram na criação de um Grupo de Trabalho institucionalizado sobre manejo florestal capaz de criar as condições de uma coordenação mais eficaz no futuro. 

    §       Tentativas de coordenação interinstitucional a partir dos pólos

    A intenção inicial do projeto era de fomentar um Comité de Promoção da Madeira Manejada (CPMM) em cada pólo, capaz de facilitar a o planejamento e coordenacão das ações ligadas à difusão do manejo florestal. Face à baixa organização dos atores locais no momento do diagnóstico, o projeto optou por uma estratégia mais gradativa e prudente na criação dos Comités de Promoção da Madeira Manejada (CPMM), e decidiu abrir as Unidades de Promoção da Madeira Manejada (UPMM). Os gerentes das UPMM cumpriram com a sua função de articulação entre as classes do setor florestal e as instituições, porém não conseguiram criar as condições do funcionamento das CPMM.

    o    Planejamento integrado AFLORAM / projeto Floresta Viva

    Em dezembro de 2006, um dos primeiros exercícios de “coordenação institucional” foi conduzido pelas UPMM e os técnicos florestais da AFLORAM, nos três pólos de atuação (ver 2.2.1.). O objetivo era de casar a atuação das UPMM (apoio à estruturação das cadeias produtivas) com as atividades da AFLORAM (basicamente focado na elaboração de PMFSPE). O exercicio foi muito positivo e o resultado foi validado com as classes locais e com a diretoria da AFLORAM. Porém, a reforma institucional de maio de 2007 não permitiu avançar mais nesta direção.  Precisará esperar a estruturação da DITEF/IDAM para iniciar em 2008 um acompanhamento das UNLOCs no planejamento da assistência técnica a nível dos minicípios.

    o    Apoio ao planejamento de arranjos produtivos locais nos três pólos dentro do programa DRS do Banco Central

    Em 2006 e 2007, a equipe central e as UPMM do projeto iniciaram uma articulação com a diretoria e os gerentes do Banco do Brasil para desenhar nos três pólos “projetos de fortalecimento das cadeias produtivas madeireiras” dentro da modalidade DRS (Desenvolvimento Rural Sustentável) do Banco. O DRS é um mecanismo de planejamento e coordenacão interinstitucional promovido pelo BdB e que pretende adaptar as linhas de financiamento às condições sociais e ambientais dos setores produtivos para fomentar “aranjos produtivos locais”. O projeto vía nessa iniciativa do Banco uma possibilidade de fomentar um planejamento do manejo florestal nos pólos. Infelizmente, constatou-se que os financiamentos do Banco não se adaptavam às condições dos atores locais. O processo de planejamento não avançou mais.

    o    Apoio ao planejamento da regularização fundiária pelo ITEAM e INCRA

    A regularização do acesso ao recursos florestal, condição primeira da viabilizadade dos PMFSPE, tem uma dimensão social que por sí justifica a necessidade de um mecanismo de planejamento local que envolva tanto as instituições públicas como os atores da cadeia florestal e  a sociedade civil em geral. As instituições públicas responsáveis pela regularização fundiária são o ITEAM (para as terras públicas estaduais) e o INCRA (para as terras públicas federais).  Em dois pólos, o projeto implementou vários mecanismos para fomentar um planejamento transparente e inclusivo das operações de regularização fundiária.

    §  O projeto de PAF no rio Curuça do Alto Solimões

    A perspectiva de implantação de um Projeto de Assentamento Florestal – PAF no Alto Solimões representa uma alternativa para os pequenos extratores tradicionais identificados e apoiados pelo projeto (organizados na ASPEX e na ASSEF). No entanto, o processo iniciado não os contemplava e dava prioridade a uma associação mais articulada em Manaus e Brasilia (AMRAS). A partir de 2007, o projeto fomentou várias reuniões entre as três associações e o INCRA em Manaus. A ASPEX e a ASSEF foram registradas como beneficiárias do PAF e foi acordado que o INCRA ia organizar em 2008 uma oficina de informação pública no Alto Solimoes em torno ao projeto do PAF. Devido a outras prioridades institucionais do INCRA[1], esta oficina seria organizada em 2009.

    §  A regularização fundiária no rio Curuça Boa Visa do Ramos

    Em maio de 2007, surgiu um conflito fundiário entre uma empresa e alguns extratores tradicionais das comunidades do Rio Curuça (BVR) para regularizar o acesso a uma área florestal com fim de implementar um plano de manejo florestal. Frente a essa situação, o projeto articulou em Manaus uma reunião inter-instituicional SEAFE / IPAAM / ITEAM junto com representantes dos extratores das comunidades. Essa reunião contibuiu para as instituições estaduais definirem juntos uma linha de atuação coerente na promoção do MFSPE.

    §  Participação nos Foruns da Terra

    Em agosto de 2007, o ITEAM criou por portaria os Forum da Terra, orgãos consultivos constituidos a nível dos municípios do interior para ser um espaço de orientação e avaliação do planejamento da regularização fundiária.  O projeto acompanhou a organização dos Fóruns da Terra por parte do ITEAM no município de Boa Vista do Ramos, a fim de ajudar os extratores tradicionais a defender públicamente as suas demandas de regularização do acesso aos recursos florestais.

    o    Apoio à coordenação do projeto de Pólo moveleiro de Tabatinga

    Em 2007, a profusão de atores mobilizados (SUFRAMA CETAM SEBRAE CDH, GTZ, PRODERAM...) em torno de um projeto de implantação de um pólo moveleiro em Tabatinga levou o projeto Floresta Viva a fomentar mecanismos de coordenação interinstitucional para otimizar os recursos e viabilizar as ações.

     

    Planejamento interinstituicional: o exemplo do projeto de ”pólo moveleiro” Tabatinga

    Fora do IDAM, ADS e IPAAM, mais de sete instituições têm previsto proporcionar apoio (financiero ou equipamento) ou desenvolver ações en torno à implantação de um “pólo moveleiro” em Tabatinga. 

    - SUFRAMA : financiamento de infraestruturas

    - UEA / CETAM : disponibilização de estufa e equipamentos, formação

    - SEBRAE : formação

    - CDH : financiamento da marcenaria coletiva / escola

    - PRODERAM : organização, fomento aos PMFSPE

    - GTZ : “incubação de econegócios”

    - SEPLAN : APL madeira móveis

    - município de Tabatinga

    Constatando a descoordenação das entidades (públicas / privadas, estaduais / federais), o projeto Floresta Viva organizou várias reuniões de socialização, coordenação e tentativas de planejamento conjunto.

     

    O projeto provocou várias reuniões interinstitucionais no Alto Solimões e em Manaus, com uma participação razoável por parte das instituições. Os calendários e exigências administrativas das intituições envolvidas não permitiram avançar além de uma socialização de informações e de um esboço de planejamento das responsabilidades.

    o    Fomento de encontros em Manaus entre atores dos pólos e as instituições públicas

    Face à dificuldade de fomentar uma coordenação das entidades públicas “em loco” nos pólos (devido às razões citadas acima), o projeto aproveitou e fomentou várias oportunidades para provocar em Manaus uma discussão direta entre representantes dos atores locais organizados (ASSEF, ASPEX, AMRAS, AMACAS, ASPAM, AMEC, AFAM, AAMFC) e representantes das instituiçoes públicas ligadas ao setor florestal madeireiro (SEAFE, IPAAM, ADS, ITEAM, INCRA, IDAM, AFEAM). Particularmente, os encontros organizados pelo projeto e a SEAFE no final do ano 2007 foram importantes e ilustraram a importância destes exercicios de planejamento e coordenação institucional. 

     

    §       Fomento da coordenação e planejamento interinstitucional a nível central

    Já mencionamos como o programa estadual de manejo florestal padeceu da falta de coordenação interinstitucional a nível central: entre a AFLORAM e o IPAAM, entre o IPAAM e o ITEAM, entre o IDAM e a ADS...

    Também temos visto como o projeto Floresta Viva desenvolveu várias iniciativas visando a fomento de uma maior coordenação e planejamento interinstitucional,  por meio das reuniões de trabalho sobre as normas florestais, das oficinas reunindo instituições e atores das cadeias florestais, da sugestão de criação da SEAFE, do processo de  construção e gerenciamento dos portais florestais...

    Em julho de 2008, a nova secretária da SDS criou o Grupo de Trabalho interinstitucional sobre Manejo Florestal. Integrado por presidentes do IPAAM, ADS, ITEAM, IDAM, AFEAM e coordenado pela Secretária da SDS, o Grupo de Trabalho tem a missão de desenvolver “ações integradas para efetivar os Planos de Manejo em Pequena Escala, fundamentados na política de desenvolvimento sustentável implementada pelo governo do Amazonas” [2]. O GT Manejo florestal se reúne 2 a 3 vezes por mês, faz uma análise conjunta da situação e planeja as ações futuras das diferentes instituições. O projeto Floresta Viva foi convidado para assumir a secretaria do GT.

    Citemos alguns exemplos de decisão tomados pelo GT:

    o    Mensalmente, define os municípios a serem atendidos com prioridade, para otimizar os esforços das instituições envolvidas. Os municípios de Carauari e do Alto Solimões foram assim atendidos prioritariamente em julho e novembro de 2008.

    o    Planeja programas transversais a serem implementados, tais como o programa Fique Legal coordenado pela SEAFE.

    o    Coordena a reflexão inter-institucional sobre as reformas normativas ou legais a serem adoptadas para regularizar a documentação fundiária dos detentores de PMFSPE.

    o    Em outubro de 2008, criou uma força tarefa para realizar uma análise interinstitucional e agilizar o licenciamento de todos os PMFSPE registrados no IPAAM.[3]

     
     
    2.     Resultados

    §       A criação do Grupo de Trabalho interinstitucional sobre manejo florestal em pequena escala, capaz de coordenar e planejar as ações da SDS, IPAAM, IDAM, ADS, ITEAM, AFEAM nos municípios do interior. 

     
     
    3.     Produtos e fontes de verificação
1. Planejamento da difusão do MFSPE no pólo Maués-Boa Vista do Ramos, Projeto Floresta Viva / GRET, Setembro de 2006, 37 slides, 5010 Ko.

2. Planejamento da difusão do MFSPE no pólo Atalaia do Norte – Tabatinga – Benjamin Constant, Projeto Floresta Viva / GRET, Outubro de 2006, 79 slides, 9488 Ko.

3. Planejamento da difusão do MFSPE no pólo Carauari, Projeto Floresta Viva / GRET, Outubro de 2006, 78 slides, 10946 Ko.

4. Portaria SDS 088/2008, criação do Grupo de Tabalho sobre Manejo Florestal, julho de 2008, 329 Ko.

5. Portaria conjunta SDS/IPAAM 01/2008, criação do Grupo de Trabalho para análise dos processos pendentes dos PMFSPE, outubro de 2008

Nota: A maioria destes produtos foi disponibilizada no Portal da Madeira Manejada http://www.florestavivaamazonas.org.br



[1]  O INCRA priorizou um Projeto de Assentamento no município de Santo Antônio de Iça (Alto Solimões)

[2]   Portaria SDS 088/2008, criação do Grupo de Tabalho sobre Manejo Florestal, julho de 2008

[3]  Portaria conjunta SDS/IPAAM 01/2008, criação do Grupo de Trabalho para análise dos processos pendentes dos PMFSPE, outubro de 2008