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Atividade 1.1.3
 
Diagnóstico das cadeias de transformação e comercialização da madeira
nas regiões de ampliação e criação de 2 CPMM

     

     

    1.     Atividades

    O diagnóstico das cadeias de transformação e comercialização da madeira foi iniciado em 2005 durante a realização das atividades 1.1.1 e 1.1.2.

    A partir de fevereiro de 2006, a equipe central do projeto realizou visitas mensais nos três pólos. Essas visitas são sistematicamente aproveitadas para aprimorar o entendimento e acompanhar a evoluição das cadeias de transformação e comercialização existentes (legalizadas ou não).

    Particularmente, a equipe realizou um estudo participativo detalhado do setor moveleiro em cada pólo, com a perspectiva de incorporar a madeira oriunda dos PMFSPE nas cadeias curtas de transformação, articulando os detentores de PMFSPE e os moveleiros dos municípios.

    Em 2006, o projeto decidiu abrir três Unidades de Promoção da Madeira Manejada (UPMM), uma em cada pólo, para manter um acompanhamento de proximidade dos atores das cadeias da madeira, fomentar a estructuração das cadeias, e preparar as condições da criação dos Comités de Promoção da Masdeira Manejada (CPMM).  

    §       UPMM Carauarí :

    o   1 técnico contratado desde abril de 2006.

    o   1 escritório alugado e equipado a partir de abril 2006

    §       UPMM Maués :

    o   1 engenheiro florestal inicialmente disponibilizado a tempo parcial pelo parceiro EAFM dentro de um projeto Promanejo, contratado pelo projeto a partir de setembro de 2006.

    o   1 escritório alugado desde maio de 2006.

     

    §       UPMM Benjamin Constant :

    o   1 engenheiro florestal contratado a partir de junho 2006

    o   1 escritório alugado e equipado a partir de outubro de 2006.

     

    A partir de 2007, a equipe central do projeto realizou menos visitas nos pólos, para dedicar mais tempo nas atividades de fortalecimento institucional e normativo em Manaus, identificado como o principal gargalo para a viabilização das cadeias produtivas da madeira manejada. O acompanhamento e documentação das cadeias locais de transformação e comercialização da madeira foi, a partir de então, realizado pelas três UPMM.

    Embora as UPMM fomentaram vários encontros entre atores das cadeias produtivas, os freios à legalização ambiental em tempo dos PMFSPE e das movelarias dificultaram a criação dos Comités de Promoção da Madeira Manejada.

    Em 2008, de acordo com a estratégia de abrir o escopo do projeto ao manejo aos produtos não madeireiros (cf. Portal do Extrativismo), o projeto realizou um estudo de algumas cadeias produtivas de produtos não madeireiros. 

     

     
    2.     Modificações

    O diagnóstico nos pólos mostrou atores desorganizados ou com capacidades de negociação muito desiguais, e entidades de apoio pouco articuladas. Com base nessas constatações, o projeto optou por uma estratégia mais gradativa e prudente na criação dos Comités de Promoção da Madeira Manejada (CPMM), e decidiu abrir as Unidades de Promoção da Madeira Manejada (UPMM).

     

    Unidade de Promoção da Madeira Manejada – UPMM

     

    Uma UPMM é um escritório (alugado) aberto numa região estratégica ou “pólo”, com uma sala de reunião, um equipamento mínimo de comunicação (computador, telefone...) e um engenheiro / técnico.

    Uma UPMM é um local de referência e de encontro dos atores e instituições vinculadas a cadeia da madeira. O profissional responsável da UPMM tem uma função de fortalecimento e articulação dos atores e instituções vinculadas ao setor da floresta e madeira.

    No presente caso, o aluguel e o profissional são pagos pelo projeto, a título experimental.

     
     
    3.     Resultados

    Em cada pólo temos identificado as principais categorias de atores e cadeias de comercialização da madeira. Os fluxos foram caracterizados em termo de espécies, volumes, legalidade. O entendimento das condições das relações comerciais entre atores (negociação, condições de financiamento e pagamento, calendário de entrega...) foi analizado no decorrer das visitas mensais e do acompanhamento das UPMM locais. Com base na análise das cadeias de transformação e comercialização nos três pólos, complementado pelos diagnósticos realizados nas regiões de Apuí e da RDS Mamirauá (ver 1.4.1), o projeto esteve em posição de formular propostas para aprimorar as políticas públicas relacionadas. 

    Dentro das principais conclusões do diagnóstico das cadeias de transformação e comercialização, vale ressaltar as seguintes:

    §      A adoção de PMFSPE obriga a planejar com um ano de anticipação a demanda em madeira. O prazo e a insegurança na emissão das autorizações ambientais desincentivam tanto os compradores externos como os detentores de PMFSPE.

    §      A demanda em madeira dentro dos municípios é significativa (para construção civil, movelarias e esquadrias, estaleiros), porém geralmente abastecida com madeira não legalizada. Estima-se uma demanda interna da ordem de 450 000 m3 de madeira eq. tora por ano no Estado do Amazonas, que precisa ser atendida com madeira de floresta manejada.

    §      A obrigação de legalização ambiental de quem compra madeira oriunda de PMFSPE bloqueia a comercialização da madeira oriunda dos PMFSPE licenciados (i.e.: é proibido um detentor de PMFSPE vender madeira a um moveleiro que não tenha a sua licença de operácão).

    §      A exploração planejada da madeira numa área delimitada (o PMFSPE), ao invês de uma exploração em várias áreas conforme distribuição das espécies, traz novos desafios para os fornecedores tradicionais dos moveleiros. Obriga os moveleiros a se abastecer com novos fornecedores, rompendo os tradicionais laços interpessoais de confiança / dependência existentes entre os atores da cadeia produtiva. A viabilização dos PMFSPE passa por uma reorganização das cadeias produtivas, com novas regras de funcionamento e novas relações de confiança a serem criadas.

    §      Nessas condições, a madeira não legalizada (mais barata) continua concorrendo com a madeira oriunda dos PMFSPE (com preço maior)  

     As três UPMM se tornaram referentes fixos e permanentes durante os períodos de estabilidade e mudanças institucionais. Os técnicos / engenheiros das UPMM cumpriram uma função fundamental de informação e articulação dos atores com as instituições.  No final do projeto, foi interessante observar que a DITEF / IDAM responsável pela assistência técnica e extensão rural estava pensando internalizar o modelo da UPMM na organização da instituição, utilizando os três pólos como “pólos demostrativos” para os municípios vizinhos, ou internalizando a função das UPMM em outros escritórios municipais no Estado.

     
    4.     Produtos e fontes de verificação

Cadeia da madeira:

1. O setor madeireiro e os Planos de Manejo Florestal em Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga, Projeto Floresta Viva / GRET, Documento de trabalho, Dezembro de 2005, 20 p., 1612 Ko.

2. O setor moveleiro de Atalaia do Norte, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 135 slides, 13291 Ko.

3. O setor moveleiro de Benjamin Constant, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 186 slides, 32590 Ko.

4. O setor moveleiro de Tabatinga, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 237 slides, 47798 Ko.

5. O setor madeireiro e os Planos de Manejo Florestal em Boa Vista do Ramos e Maués, Projeto Floresta Viva / GRET, Documento de trabalho, Dezembro de 2005, 26 p., 783 Ko.

6. O setor moveleiro de Maués, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 166 slides, 76555 Ko.

7. O setor moveleiro de Boa Vista do Ramos, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 88 slides, 7789 Ko.

8. O setor madeireiro e os Planos de Manejo Florestal em Carauarí, Projeto Floresta Viva / GRET, Documento de trabalho, Dezembro de 2005, 20 p., 874 Ko.

9. O setor moveleiro de Carauarí, Projeto Floresta Viva / GRET, Junho de 2006, 152 slides, 13464 Ko.

10. A estruturação das cadeias produtivas da madeira manejada no Amazonas – Subsídios, Projeto Floresta Viva / GRET, Fevereiro de 2007, 43 slides, 668 Ko.

11. Estimativa da demanda interna em madeira no Amazonas, Projeto Floresta Viva / GRET, Novembro de 2008, documento de trabalho Excel, 948 Ko.

Cadeia de produtos extrativistas não madeireiros:

12. Avaliação econômica dos produtos florestais não madeireiros (PFNMs) no município de Carauarí (Amazonas), Jaubertie Clément, Projeto Floresta Viva / GRET,  Setembro de 2008, 52 p., 1751 Ko.

13. O extrativismo na historia agrária do Estado do Amazonas - Revisão bibliográfica, Jaubertie Clément, Projeto Floresta Viva / GRET, Setembro de 2008, 15 p., 729 Ko.

 

Nota: A maioria destes produtos foi disponibilizada no Portal da Madeira Manejada http://www.florestavivaamazonas.org.br